segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Trabalho de Recuperação 2º Ano INSA

Caro aluno, a fim de que você possa completar sua recuperação, siga as seguintes instruções:
  1. Visualize as questões  da prova da 2ª Etapa de 2011. A que você acabou de fazer.
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  3. Entregar os cometários de cada questão no dia do simulado de recuperação. 
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Questões da Prova da 2ª Etapa Prise 2011








domingo, 12 de dezembro de 2010

O CONTROLE DA METRÓPOLE SOBRE A PRODUÇÃO DO OURO


Se os depósitos auríferos eram um bom negócio para ricos e pobres, sem dúvida eram um grande negócio para o Estado Português, que logo tomou medidas de incentivo e controle da atividade mineradora.
O rei de Portugal, bem antes do apogeu das minas, ordenara a seus funcionários na Colônia que impedissem a criação de mais engenhos de açúcar. A criação de novos engenhos foi proibida porque eles ocupariam um grande número de escravos que deveriam ser empregados na  extração do ouro dessa maneira, a Colônia viu-se obrigada  a viver uma nova especialização produtiva, adequada aos interesses da Metrópole. O controle da produção de ouro tinha de ser rígido e foi implantado com a criação da intendência das minas.
A intendência regulava a vida da mineração através do Regimento de Terras, (pelo qual disciplinava a distribuição das áreas de mineração tentando evitar os constantes conflitos entre mineradores), garantindo a parte da coroa.
Quando era descoberto um filão de ouro, a intendência intervinha, dividindo a área da mina em lotes chamados de “datas”.
O descobridor tinha o direito a duas datas, que variavam de tamanho de acordo com o número de escravos do minerador. O rei tinha direito a uma data, e o fiscal à outra data. Nesse sistema de distribuição, os proprietários de maior número de escravos tinham as maiores parcelas dos depósitos auríferos, restando parcelas pouco significativas para os homens que viviam do seu próprio trabalho.
Aos escravos negros estavam destinados um trabalho extenuante e condições de vida bem piores que aquelas conhecidas nas lavouras de cana-de-açúcar. No final de dois a cinco anos nas minas, os escravos estavam tão doentes e cansados que não tinham mais forças para trabalhar. Aos escravos doentes e cansados restavam a morte e o abandono. Os proprietários das minas tinham que providenciar a compra de novos escravos que vinham de Salvador, Rio de Janeiro e até mesmo da lavoura canavieira em decadência, para tender a exploração do ouro.
A opressão dos escravos era a fonte da sua rebeldia. As fugas e as revoltas eram constantes. A formação de quilombos nas regiões das minas demonstra a luta dos homens que queriam viver como homens, livres do trabalho forçado e da miséria a que estavam submetidos.
Apesar do rígido controle exercido pela Coroa portuguesa, através de seus funcionários e soldados, apareciam homens livres, sem posses e sem escravos, empenhados na procura do ouro e dos diamantes – os garimpeiros.

Caçados dia e noite, como animais selvagens, pelas forças da Coroa, os garimpeiros continuaram suas atividades através do resto do período colonial. E muitos negros fugidos também se entregaram à mineração ilícita do ouro e do diamante.”

C. Boxer, A idade do ouro no Brasil,
Companhia Editora Nacional, p. 184.()

Trabalhando sozinhos ou em pequenos grupos, aqueles homens buscavam a sorte na garimpagem dos rios, criando uma atividade até hoje exercida em muitos recantos do país e consumida pela nobreza e no pagamento das importações de produtos manufaturados ingleses.
O contrabando de ouro e de diamantes era uma das maneiras de fugir ao fisco da Metrópole.
No final do século XVIII, a época do ouro apresentou seus sinais de esgotamento. A exploração metropolitana provocou reações dos grandes proprietários de minas. Os conflitos surgiram, e sempre eram resolvidos com a ação repressiva e violenta dos funcionários e dos soldados do rei. Um desses conflitos chegou às páginas dos nossos livros históricos com o nome de Inconfidência Mineira.
A decadência da produção aurífera reduziu a capacidade de as Minas Gerais importarem os produtos manufaturados. Para suprir suas necessidades de manufaturados, estimulou-se o artesanato nas vilas e fazendas.
O governador da capitania real de Minas Gerais não tardou a alertar a Metrópole a respeito da “independência que os povos de Minas se haviam posto do gênero da Europa, estabelecendo a maior parte dos particulares, nas suas próprias fazendas, fábricas e teares com que se vestiam e a sua família e escravatura, fazendo panos e estopas e diferentes drogas de linho e algodão e ainda de lã.”
O Estado Português logo reagiu. D. Maria I, em 1785, ordenou o fim das manufaturas e dos tares, “executando-se tão somente aqueles teares e manufaturas que tecem fazendas grossas de algodão que serviam para uso e vestuário dos negros”. Afinal, a Colônia nasceu para servir aos interesses da Metrópole, não é?
O ouro escasseara, as manufaturas foram proibidas. Restava a Colônia viver o final de um outro ciclo – o fim do “Eldorado”.

MINERAÇÃO


O centro produtor da Colônia, outrora estabelecido no litoral nordestino, torna-se agora a região de Minas Gerais, para onde homens de toda a sorte e de todos os cantos se dirigem, para encontrar a opulência e a miséria. Da lavoura canavieira em decadência, dos sertões, das vilas, de Portugal e de outros países europeus, chegaram os povoadores do “Eldorado”, sonhado por tantos e por tanto tempo.
As minas surgiram como um “novo negócio” para ricos e pobres, para todos que estivessem dispostos a se embrenhar nas matas e, em muitos casos, lutar por um pedaço de terra ou por um pedaço de rio, rico em ouro.
Nas Minas Gerais o ouro era encontrado em depósitos às margens dos rios – o chamado “ouro de aluvião”. Os depósitos aluvionais resultaram do trabalho erosivo das águas dos rios escavando e destruindo parte das rochas encontradas em seus leitos e margens. O material desagregado foi pouco a pouco depositado, formando aluviões. No período de chuvas na região, a força da erosão dos rios aumenta. Além de alimentar a força , as chuvas faziam crescer o volume das águas dos rios, provocando cheias e o conseqüente aumento  do volume do material erosivo. Isto explica porque as épocas de chuva eram as mais rendosas para a exploração aurífera.
Para o rio, o ouro era apenas um elemento da natureza que seguiria o caminho traçado pela estrutura geológica e pelo curso de suas águas. Para os homens, esses elementos da natureza eram a fonte de riquezas, de ascensão social e até mesmo de liberdade.
A presença do ouro em Minas Gerais é resultado da estrutura geológica formada pelas séries Minas e Itacolomi, no período algonquiano. Estes terrenos geológicos são muito antigos e estão desgastados pela erosão. Atualmente as minas auríferas de maior destaque são as de Morro Velho, Espírito Santo e Raposo.
Os terrenos do algonquiano guardam outras riquezas minerais como o ferro, o chumbo, a prata e o diamante.

A ATIVIDADE DA MINERAÇÃO - FORMAÇÃO DO BRASIL


A descoberta de ouro na Colônia não foi obra de apenas alguns aventureiros que desbravaram matas e montanhas de uma vasta região,, até então conhecida apenas pelas tribos indígenas.
A descoberta do “Eldorado” foi um sonho, um desejo de muito tempo, a partir do momento em que aqui chegaram os primeiros colonizadores.
Por anos, expedições de bandeirantes paulistas buscaram o ouro, a prata e os diamantes por territórios desconhecidos. Ao mesmo tempo em que procuravam metais e pedras preciosas, os bandeirantes atacavam as tribos e aprisionavam os indígenas para vendê-los como escravos em Piratininga (núcleo de povoamento que originou a cidade de São Paulo).
Da vila de Piratininga, os indígenas seguiam para as áreas da lavoura canavieira, suprindo a falta de braços provocada pela elevação do preço do escravo negro.
Enquanto o “Eldorado” não era descoberto, o comércio de índios escravizados era um “negócio” bastante lucrativo...
A partir de meados do século XVII, o açúcar, principal produto da Colônia, começou a perder seu lugar de destaque no comércio europeu. Seus preços caíram com a forte concorrência da produção açucareira das Antilhas.
O declínio da lavoura canavieira nas terras do Brasil marcaria também o declínio da própria metrópole, que se beneficiava com a comercialização da produção colonial.
Mas, o Brasil era a principal colônia sob o domínio da Coroa Portuguesa e tinha que encontrar novas atividades lucrativas.
Os fracos resultados obtidos pelos bandeirantes na busca de metais e pedras preciosas deveriam ser estimulados. Afinal, a produção mineral da vizinha América Espanhola era rica e fizera o enriquecimento do Estado Espanhol. O metal amarelo reluzente era a saída para a crise econômica em que mergulhara a Colônia lusitana.
 A retomada da procura de minerais valorizados pela economia dos povos europeus ganhou estímulo do próprio rei de Portugal (na época D. João IV) que contou inicialmente com a ajuda dos que haviam enriquecido com a caça e escravização dos índios.
O comércio de escravos indígenas perdeu sua atração com o declínio da lavoura canavieira. Assim, os bandeirantes paulistas tornaram-se disponíveis para a empreitada da procura de ouro, servindo aos interesses da Metrópole e as suas próprias ambições. Para os paulistas encerrava-se o “ciclo da caça aos índios” e iniciava-se um novo ciclo – o “ciclo da caça ao ouro”.
A busca do ouro conduziu à exploração do litoral sul da Colônia (Paraná e Santa Catarina) e a fundação de núcleos de povoamento (vilas de Paranaguá e São Francisco do Sul, Nossa Senhora do Desterro – hoje Florianópolis – e Laguna). Entretanto, nada se comparou ao “Eldorado” encontrado no interior, onde atualmente se configuram os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

O POVOAMENTO PELO NORDESTE


Não eram os proprietários das fazendas que enfrentavam o calor da caatinga, estes moravam nas vilas, nas cidades ou nos seus engenhos. Quem povoou o Agreste e o Sertão?
Foram os homens sem lugar na lavoura canavieira – descendentes de indígenas e dos brancos pobres.
As fazendas pecuaristas ocupavam pouca mão-de-obra – 10 ou 12 homens eram suficientes para o trabalho. O vaqueiro era o responsável pela fazenda e os “fábricas” eram seus auxiliares para qualquer tipo de serviço. Era permitido a esses auxiliares erguer uma choupana e plantar milho, feijão e mandioca para a subsistência.
O vaqueiro quase não recebia dinheiro. A forma mais comum de pagamento era o chamado sistema de Quarta, ou seja, de cada quatro bezerros nascidos, um ficava para o vaqueiro.
A vida nas imensas fazendas de gado era muito difícil. A fartura era só de carne. Para consumir o leite em maior quantidade, era preciso esperar os períodos de chuva, quando os pastos eram revigorados. A época da seca era tempo de vacas magras e de pouco leite.
Por outro lado, como nada vinha de fora, o vaqueiro e seus auxiliares desenvolveram um rico artesanato, principalmente de couro. Mesas, bancos, camas e até a porta da choupana eram feitos de couro.
Também a roupa, a “borracha” de carregar água, as bainhas das facas, os recipientes de apanhar o sal, etc.
Quando a seca assolava o Sertão, era preciso abrir cacimbas nos leitos dos rios que secavam. Cacimbas eram poços que alcançavam os lençóis de água subterrâneos de onde se obtinha água para o consumo doméstico e para o gado. Viver na Caatinga exigia um saber muito grande para aproveitar as condições naturais.
O final de cada “inverno” era o momento de reunir o rebanho e conduzir os bois do ano – os animais gordos – para o mercado consumidor da Zona da Mata. No caminho, o único cenário era a Caatinga e o próprio gado que se autotransportava. Com o nascer do sol, os vaqueiros e os “fabricas”  montavam em seus cavalos e percorriam o Sertão tangendo o gado. Esta cena se repetira por muitos anos, atravessando séculos.
Com a descoberta do ouro na região de Minas Gerais, a pecuária nordestina encontrou um novo mercado e passou a abastecer as “cidades do ouro” com a venda de gado em pé e da carne de charque. No entanto, teve que dividir esse mercado com outra região que despontava na criação de gado – a Campanha Gaúcha (sul do Brasil).

A EXPANSÃO DA PECUÁRIA PELO NORDESTE


O Agreste, com seu relevo suavemente ondulado, oferecia amplas extensões de terra facilmente aproveitáveis como pastos. A vegetação natural, por sua vez, não exigia outro cuidado, além da queimada dos arbustos de maior porte, fornecendo diferentes tipos de forragens para o gado.
Nas manchas úmidas do Agreste, os chamados brejos, praticava-se uma agricultura de subsistência para o abastecimento das fazendas. Assim, foi-se formando a paisagem do Agreste.
O gado, no entanto, expandiu-se pelo Sertão. A escassez de água é um problema nessa área – daí as fazendas de gado terem se estabelecido junto aos rios. Não é à toa que o Rio São Francisco era conhecido como o “Rio dos Currais”.
A Caatinga (vegetação do Nordeste) nem sempre garantia a subsistência dois rebanhos. O gado resistia às difíceis condições do clima e da vegetação, tendo de ocupar grandes extensões de terras para conseguir a alimentação necessária. O gado pastava solto – e vivia sob a vigilância dos vaqueiros. Os animais eram marcados com ferro quente com o símbolo do fazendeiro a que pertenciam para que os diversos rebanhos existentes não se confundissem. A existência de depósitos de sal foi muito importante, porque o gado se alimentava dele nos chamados lambedouros.
Do Rio São Francisco até o Rio Parnaíba, a criação de gado foi ocupando chapadas cobertas pela caatinga. O consumo de carne nas vilas e o uso do boi nas fazendas e nos engenhos estimulavam a expansão da pecuária extensiva no Sertão, partindo de dois focos principais: da Bahia e de Pernambuco.
O “foco” baiano expandiu suas fazendas pelos “sertões de dentro”, ocupando parte da bacia do São Francisco e alcançando as margens do Parnaíba, pelo interior, e seus afluentes Poti e Canindé.
Os criadores pernambucanos alcançaram a Serra da Borborema, ocupando os “sertões de fora”, até o Rio Grande do Norte e o Ceará, pelo litoral.
Quanto mais os currais se interiorizavam mais se afastavam da Zona da Mata canavieira. Os rebanhos eram obrigados a percorrer grandes distâncias pra chegar ao mercado no litoral.
O gado dos currais cearenses, por exemplo, costumavam ter como mercado principal as cidades de Olinda  em Pernambuco. Na longa viagem, muitos animais morriam ou chegavam magros demais, de modo que seus preços mal conseguiam pagar os tangedores (nome dado àqueles que transportavam o gado). A solução encontrada pelos cearenses foi transportar o gado abatido conservado em sal. Esta técnica foi largamente difundida em Aracati, que dispunha de salinas naturais nas proximidades da foz do Jaguaribe. A carne seca e salgada, preparada nas oficinas de charqueamento, era levada do Ceará para Pernambuco e até para  Bahia.
A técnica de charqueamento realizada em Aracati difundiu-se por diferentes áreas. Hoje, a “carne-de-sol” é uma tradição do Nordeste que se expandiu por todo o Brasil.

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