domingo, 5 de setembro de 2010

Conflitos no Cáucaso

No sudeste da Europa, encontram-se as montanhas do Cáucaso, que servem de fronteira com a Ásia. A região fazia parte da URSS, mas a dissolução do país, em 1991, deu origem a três novos Estados: Armênia, Azerbaijão e Geórgia. Também faz parte da região uma série de pequenas unidades políticas da Rússia, que reivindicam a sua soberania. Vejamos os principais conflitos étnicos da região:

Ossétia do Sul
com uma área de apenas 3.900 km2, éssa região já fazia parte da Geórgia quando da sua independência em 1991. Alí surgiu um movimento separatista, de base étnica, já que sua população é, predominante, de origem persa.
Cerca de 70 mil pessoas vivem na Ossétia e sua tentativa de independência revela o lado irracional do separatismo, que fragmenta Estados criando novas unidades políticas com espaços geográficos insuficientes para manter sua população em padrões sócio-econômicos mínimos.
A província declarou a sua independência, não reconhecida por nenhum Estado ou organização internacional, em novembro de 1991. O governo rebelde, que tem apóio russo (a Ossétia do Sul usa a moeda da Rússia, país com que realiza quase todas as suas transações comerciais), desencadeou uma guerra civil que matou centenas de pessoas. Um cessar-fogo foi assinado, mas a violência continuou, especialmente após a eleição do novo presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, em 2004, que pretende reunificar o país. Em novembro de 2006 a Ossétia do Sul realizou um plebiscito que teve 99% do SIM para a confirmação da independência da província.

Abkházia
província da porção ocidental da Geórgia, de 8.432 km², com população predominantemente muçulmana. Declarou independência em 1992, não reconhecida internacionalmente, mas recebe apoio da Rússia. O conflito militar alongou-se até o acordo de cessar-fogo de 1994, monitorado pela União Européia e Rússia. Depois disso alguns milhares de abkazides saíram da Geórgia em direção à província, declarando-se refugiados políticos. A questão étnica local ameaça tornar-se internacional com a entrada da Geórgia na OTAN, em 2004, e a conseqüente aproximação com o Ocidente, em oposição à Rússia.
Com uma população estimada em aproximadamente 180 mil habitantes, a região tem a economia baseada na agricultura, dificultada pelo relevo montanhoso.
A partir de 2000 a Rússia passou a ter uma política de apoio aberto à região, dando ajuda financeira, militar e técnica. Até junho de 2007, 80% dos cidadãos da região já havia recebido a cidadania russa. Na tentativa de reverter a situação, em maio de 2008 o presidente da Geórgia ofereceu a Abkházia o status político de unidade autônoma, a representação no governo central, incluindo a vice-presidência da república, e a criação de uma zona franca na região. A proposta foi rejeitada pelo governo local, criando um estado de tensão.

Chechênia:
pequena república russa, da região do Causaco. Faz fronteira com as repúblicas russas do Daguestão e Inguchétia, além da Geórgia. A maioria da população, de cerca de 800 mil pessoas, é muçulmana sunita. A região é rica em minérios e petróleo, situando-se entre os mares Negro e Cáspio, zona estratégica russa. O conflito entre essa minoria étnica e as forças centrais de Moscou causou cerca de 200 mil mortes até o início de 2008.
A Chechênia está em uma região estratégica, já que é atravessada por dutos russos que transportam petróleo para a Europa.
Em 1991 os rebeldes chechenos declararam sua independência da Rússia, formaram um parlamento local e proclamaram a República Ichkéria da Chechênia, não reconhecida por nenhum país. As emboscadas e os ataques camicases contra as tropas russas cresceram e foram respondidos com pesados bombardeios aéreos e com a colocação da Chechênia sob administração direta do Presidência da Federação Russa.
Em 1997, quando as tropas russas saíram da república os chechenos elegeram um presidente, que assinou um acordo de paz com a Rússia, adiando a decisão sobre o status político da Chechênia para 2002.
Desde então os rebeldes chechenos passaram a atacar mais alvos dentro da Rússia, com diversos atentados suicidas a bomba, sendo os de maior repercussão internacional o ataque a um teatro de Moscou, em 2002, quando foram feitos cerca de 800 reféns, e a invasão, em setembro de 2004, de uma escola em Beslan, república da Ossétia do Norte, onde foram aprisionados, torturados e mortos os reféns (crianças, pais e professores).
 

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